A História da Champions League (1956-2023)

A História da Champions League
Imagem: Mosaico de fotos retiradas do site da UEFA



A História da Liga dos Campeões




A Liga dos Campeões é hoje o maior torneio entre clubes do mundo. O planeta para para assistir cada final, e mesmo aqui no Brasil, onde um oceano nos separa dos maiores craques do mundo, a competição já virou febre. No entanto, a história e a origem da competição ainda não são conhecidas pela maioria dos brasileiros, e é sobre isso que vamos falar nas linhas seguintes.


A ideia de organizar torneios internacionais envolvendo as melhores equipes de cada país europeu não é nem um pouco recente, e os primeiros projetos de uma competição nesse molde vêm desde a primeira década do século XX. Nessa época, já tivemos torneios como a Coupe Van der Straeten Ponthoz, a Coupe des Pyrénées e a Lipton Cup. No entanto, a Liga dos Campeões começou a ser moldada mesmo nos anos 1920, com duas competições: a Mitropa Cup e a Taça Latina.


Idealizada por Hugo Meisl, a Copa Mitropa é considerada a precursora da Liga dos Campeões. O torneio era todo jogado em formato mata-mata, com jogos de ida e volta. Era disputada por equipes da Hungria, Áustria, Tchecoslováquia e Itália, com exceção de 1927 e 1928, as duas primeiras edições, onde clubes iugoslavos jogaram no lugar dos italianos. Em 1937, os Balcânicos voltaram a disputar a Taça, quando já estavam presentes equipes da Suíça e da Romênia.


Mais do que a precursora da Champions League, a Mitropa Cup foi um esteio na época da depressão, entre as Guerras Mundiais e a quebra da Bolsa. Também marcou a profissionalização do futebol e a consolidação do esquema tático WM. Paralelo a esta Copa, foi disputada também a Taça Latina, com equipes de países que não participavam da Mitropa, no caso Espanha, França e Portugal, além da Itália. A Alemanha, ainda se reconstruindo da Primeira Guerra Mundial e sob a sombra do Nazismo, não jogou nenhum dos torneios, enquanto os times britânicos, assim como a seleção, tinham ainda muito medo da internacionalização. O auge da Copa Mitropa foi entre 1927 e 1939, sendo que já em 1940 a competição foi interrompida devido à Guerra e só voltaria a ser disputada na década de 50, perdendo força.


A Mitropa foi o grande palco de equipes do início da era profissional do futebol, como o Ferencváros da Hungria, o Sparta Praga da Tchecoslováquia, o Austria Viena e o Bologna, todos esquadrões que marcaram a década de 1930. Contudo, alguns dos melhores times da década, como o lendário Arsenal de Herbert Chapman e o Nuremberg e o Schalke 04, dominantes no futebol alemão na época, não disputaram o torneio, deixando para a eternidade a questão de como seriam os seus desempenhos.


A Taça Latina, que era disputada em sede única entre quatro equipes, seguiu até os anos de 1950, tendo a sua última edição acontecendo em Paris. Nessa ocasião, o Real Madrid venceu o Belenenses por 2 a 0 em uma semifinal, enquanto o Stade de Reims derrotou o Milan por 3 x 2 na prorrogação na outra partida. Na final no Parc des Princes, o Real Madrid acabou batendo o Stade de Reims por 2 a 0, ficando com a taça. O curioso é que a Copa Latina coexistiu por dois anos com a Copa dos Campeões: o Milan foi campeão em 1956 e o Real Madrid em 1957.


O sonho vira realidade


O grande idealizador da Liga dos Campeões foi o jornalista francês do L'Équipe, Gabriel Hanot. A ideia era reunir os melhores times do continente em um torneio que seria disputado nas noites de quarta-feira.

A competição idealizada pelo L'Équipe teve início em setembro de 1955, após aprovação no congresso da UEFA, que contou com vários clubes do continente. A primeira edição do torneio contou com alguns clubes campeões e outros convidados. Anderlecht, AGF Arhus, Djurgardens IF FF, Milan, Real Madrid, Stade de Reims e SC Rot-Weiss Essen eram campeões nacionais. Sporting Lisboa, Partizan Belgrado, MTK Budapeste, Servette, Hibernian, Gwardia, Rapid Wien, PSV Eindhoven e Saarbrucken foram convidados a participar. Nenhum clube inglês participou dessa primeira edição. Pouco antes, o Wolverhampton Wanderers se considerou campeão europeu após uma passagem pelo leste da Europa, quando em amistosos derrotou o Lokomotiv Moscou, o Spartak Moscou e, sobretudo, o Honvéd, que era a base da seleção húngara.

O primeiro jogo da Taça dos Clubes Campeões Europeus aconteceu na cidade de Lisboa. O jogo contou com o Sporting, clube mandante, empatando em 3 a 3 com o Partizan. A equipe iugoslava venceu o segundo jogo em Belgrado por 5 a 2 na volta e se classificou para a segunda fase.

O Real Madrid dominou a competição nos primeiros anos, conquistando as cinco primeiras edições. Depois disso, o equilíbrio se tornou a tônica do campeonato, e somente duas vezes um clube venceu três edições seguidas, antes do próprio time merengue entre 2016 e 2018: o Ajax entre 1971 e 1973 e o Bayern de Munique em 1974 e 1976. O Liverpool, entre o final da década de 70 e o começo da de 80, conquistou quatro taças, mas de maneira alternada (voltaria a vencer ainda em 2005 e 2019).

Em 1989 e 1990, o Milan se sagrou Bicampeão de maneira consecutiva, fato que nunca mais se repetiu, até o feito do Real em 2017. Após um teste em 1991/92, o torneio, que antes era todo disputado em mata-mata, ganhou uma fase de grupos, e na temporada 1992/93, passou a se chamar Liga dos Campeões (UEFA Champions League).

No Final do Século XX, a competição ganhava cada vez mais ares de Globalidade, e passou a contar também com alguns vice-campeões, terceiros e quartos colocados das principais Ligas. A partir daí, surge uma fase preliminar, que hoje conta desde o seu inicio com mais de 50 equipes, o que dá a chance de clubes de todo o continente disputarem o torneio. Isto o torna extremamente democrático, importante e qualificado.

Para conferir a história de todas as temporadas, ano por ano, clique aqui, ou abaixo:



Confira abaixo, a história da Champions League, temporada por temporada:







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