Copa do Mundo 2014 - O Tetracampeonato Mundial da Alemanha

A história do Futebol
O Tetracapeonato Mundial de Futebol da Alemanha, foi a crônica de uma vitória anunciada. Poucas vezes uma Copa teve um desfecho tão certeiro em relação ao prometido. A Alemanha que venceu a Copa do Mundo de 2014 vem sendo moldada através dos anos, e já dava pintas desta vitória quando conseguiu a terceira colocação da Copa do Mundo de 2010, com vários jogadores jovens no elenco, que em 2014, mais maduros, formaram a base da Nationalef Tetracampeã Mundial.

Todo o esporte tem uma nação dominadora, referência. Os EUA no Basquete e a Nova Zelândia no Rugby são alguns exemplos. Apesar de o Brasil ser o país com mais títulos mundiais no Futebol, não há como negar que a seleção que domina as Copas é a Alemanha. São 4 títulos, 8 finais, e 13 semifinais em 18 participações. O pentacampeonato alemão parece ser questão de tempo, dado o nível de organização da nação no esporte. Comparando o nível do futebol alemão, com o nível do futebol brasileiro, é possível imaginar o Hexa ser conquistado pelos germânicos antes do país sede da Copa de 2014 o conseguir.

Há um traço de semelhança entre a Espanha de 2010 e a Alemanha de 2014. Em momento algum, ambos abriram mão de seu estilo de jogo, que nas duas situações carregava referências e elementos da maneira de enxergar futebol sob a óptica de Pep Guardiola, o treinador que mais marcou o futebol até aqui neste século XXI, e era o líder do Barcelona, base da Fúria 2010, e comanda atualmente o Bayern de Munique, base desta seleção alemã. Quando um time sabe a maneira como atua e tem estabilidade, ele cresce na hora decisiva. Não se viu em momento algum uma Alemanha medrosa, ou desequilibrada emocionalmente. Tivessem à sua frente ganeses ou brasileiros, argelinos ou argentinos, os alemães mantiveram a sua tradicional calma, não mudando a maneira como atuavam em campo.





O técnico Joachim Löw permanece no comando da seleção alemã desde 2006. Neste meio tempo, ele não protagozinou uma revolução tática na seleção alemã. Até porque não seria possível. Mas em momento algum ele foi burro. Sabia da herança que tinha do Bayern, e apenas introduziu novas peças. Um pequeno traço do em 2015 forte Borussia Dortmund, também pode ser notado, com o zagueiro Matts Hummels como titular na campanha do tetra.  Se Gundogan, Sven Bender, Shmelzer e Marco Reus não tivessem se machucado, a intensidade aurinegra também poderia ter sido levada para a seleção. Mas, Löw soube lidar com estes e outros desfalques, como irmão gêmeo de Sven, Lars Bender. A Alemanha não chorou a lesão de um só jogador como o Brasil fez com Neymar, porque tinha elenco e peças de reposição. Estas foram as armas de uma Alemanha que fez História no Brasil, e tem tudo para seguir dominando o Futebol nos próximos anos. 

A Alemanha começou a Copa do Mundo aplicando uma goleada de 4 a 0 em Portugal. Ainda na primeira fase, empatou em 2 a 2 com Gana, e venceu os EUA por 1 a 0. Nas oitavas-de-final, precisou da prorrogação para bater a Argélia por 2 a 1, e nas quartas-de-final, venceu por 1 a 0 a França. Na semifinal, aplicou aquela sonora goleada de 7 a 1 na seleção Brasileira, se garantindo assim na final da Copa do Mundo 2014, onde encararia a Argentina.





A Final




Muita gente considerava a Alemanha ampla favorita na final da Copa do Mundo contra a Argentina. Muito por conta do 7 a 1 implacável contra o dono da casa Brasil, enquanto a Argentina tinha suado sangue para eliminar a Holanda, em uma verdadeira batalha campal na outra semi.

O que se viu em campo, no entanto, foi uma Argentina muito bem organizada, não deixando o jogo alemão fluir, e sabendo o que fazer quando tinha a posse da bola. Assim criou quatro chances claras de gol, uma com Messi, e outras duas com Higuain, ainda no tempo normal, e Palacios, já na prorrogação. Ambos tremeram, ao estarem frente a frente com a muralha Manuel Neuer.

Já Mario Gotze, que havia entrado em campo no decorrer do jogo, não se intimidou quando esteve cara a cara com Sergio Romero, marcando o gol do tetracampeonato Mundial de futebol da Alemanha, quando o jogo já parecia se encaminhar para os pênaltis.

A Argentina foi para a lona após o tento. A Alemanha consumava uma Copa inesquecível, se mostrando mais uma vez, a nação dominadora no esporte rei.


Argentina - Um Vice, mas com muita honra


Era a chance de ouro para encerrar um jejum de anos de uma vez por todas. Não deve ser fácil para uma seleção como a da Argentina não conquistar uma Copa há 32 anos, e um título de alguma expressão nos últimos 25 anos. Se a Argentina de Alejandro Sabella não tinha o mesmo estigma da de Bilardo ou Menotti, e passou longe de encher os olho ou revolucionar o futebol, conseguiu ser um time cascudo e eficiente, capaz de se virar sem depender exclusivamente de Lionel Messi, mas dando condições de ele brilhar.

Se em 2010 a defesa Argentina foi fortemente criticada, a Albiceleste 2014 era uma das seleções mais sólidas do Mundial. Nas eliminatórias, a Argentina havia levado apenas 15 gols em 16 partidas, isto que três foram sofridos por um time totalmente reserva contra o Uruguai na última rodada, quando a Argentina já estava classificada para a Copa e com a primeira colocação garantida. No Mundial foram apenas quatro gols sofridos, em sete jogos. Mesmo número de Alemanha e Holanda. Mas ninguem ficou tanto tempo sem sofrer gols quanto a Argentina. Após sofrer o segundo gol da Nigéria marcado por Musa no começo do primeiro tempo da terceira partida da fase de grupos, Sergio Romero só foi buscar a bola no fundo das redes no Final da prorrogação na final contra a Alemanha. Foram praticamente 500 minutos sem ser vazado. Isto que Romero ainda defendeu duas penalidades na disputa desempate contra a Holanda. Só não foi eleito o melhor goleiro da Copa porque Neuer é o melhor goleiro do Mundo, e ainda teve Navas, outro paredão como concorrente. Mas a indicação para a Luva de ouro já é um conquista, para quem viu nomes como Caballero, Torrico e Marchesín serem pedidos à todo momento em seu lugar.

Não que a defesa argentina tenha sido só Romero. Garay fez uma Copa perfeita, e Demichelis foi quase igual após ter entrado no time. Zabaleta e Rojo marcaram bem como nehum outro lateral nesta Copa, mas por causa do esquema, não apoiaram tanto. Formaram uma forte linha de quatro, muito bem protegida por Javier Mascherano. O "Jefecito" recuava quase como um líbero, espantando bolas como um leão e cobrindo os companheiros com a velocidade de um coiote. Um dos melhores jogadores da Copa, enfim teve o reconhecimento que sempre mereceu, mas ainda não conseguiu a única taça que lhe falta, para ser um vencedor completo.

Se a defesa argentina foi quase perfeita, o ataque passou longe disto. Desconsiderando Messi, os atacantes argentinos (Higuain, Palacios, Lavezzi e Aguero) maracaram um gol em toda a Copa. No caso o tento de Higuain, contra a Bélgica, foi o único de um homem de frente da Albiceleste. Messi marcou quatro gols em toda a Copa, e deu uma assistência. O meia Dí Maria, outro que fez excelente Copa, também marcou um gol. Rojo marcou um gol contra a Nigéria, e participou diretamente do arremate de Kolasinac contra o próprio patrimônio na partida contra a Bósnia, na estréia do Mundial.

Faltou alguém para chamar a responsabilidade contra Bélgica, Holanda e Alemanha. Nestes três jogos, Messi estava sempre cercado por vários Marcadores de alto nível. Dí Maria se machucou no começo da partida contra a Bélgica, e não voltou mais. Enzo Pérez que entrou em seu lugar, bem, diga-se de passagem não era um atacante, e Lavezzi nunca foi um homem gol. Kun Aguero novamente mostrou problemas físicos, e só começou jogando em três partidas, todas da primeira fase. Saiu lesionado no jogo contra a Nigéria, e entrou no segundo tempo da semifinal contra a Holanda, e na final contra a Alemanha. Neste meio tempo, pouco fez, assim como Higuain e Palacios, que mais uma vez não se mostraram à altura da parceria com Messi. Certamente, a ausência de Tevez prejudicou a Argentina. Estivesse nesta Copa, Tevez teria desafogado um pouco Messi, e possivelmente teria marcado mais gols que todos os outros delanteros argentinos.

No meio-campo, além dos já citados, também há de ser lembrada as presenças de Gago e Biglia. O primeiro, não mostra faz algum tempo o futebol dos tempos de sua primeira passagem pelo Boca Juniors e seu começo no Real Madrid. Hoje é um jogador lento, que marca pouco, características que o levaram a perder a posição para Biglia. O jogador da Lazio desafogou um poco Mascherano na marcação, protegeu melhor Zabaleta, e ainda melhorou a qualidade do passe argentino.

Vale ressaltar, que apesar de não ter encantado, a Argentina mereceu a final. Foi na prática superior em todas as partidas. Quando foi menos superior contra a Holanda, foi competente nas penalidades. Contra a Alemanha, teve a bola do jogo com Higuain e Palacios, mas ambos erraram. Algo que Gotze não fez, e o resultado, já sabemos.

Decisão do terceiro Lugar:


A Holanda goleou o Brasil por 3 a 0, e ficou com a terceira Colocação da Copa do Mundo 2014.


Ficha Técnica da Final



Copa do Mundo 2014 - Final


Alemanha 1×0 Argentina






Alemanha

Alemanha escudoManuel Neuer; Philipp Lahm, Jérôme Boateng, Mats Hummels e Benedikt Höwedes; Christoph Kramer (André Schürrle, 31’/1T), Bastian Schweinsteiger e Toni Kroos; Thomas Müller, Miroslav Klose (Mario Götze, 42’/2T) e Mesut Özil (Per Mertesacker, 15’/2TP). Técnico: Joachim Löw.

Argentina


Argentina escudoSergio Romero; Pablo Zabaleta, Martín Demichelis, Ezequiel Garay e Marcos Rojo; Lucas Biglia, Javier Mascherano, Ezequiel Lavezzi (Sergio Agüero, intervalo), Lionel Messi e Enzo Pérez (Fernando Gago, 41’/2T); Gonzalo Higuaín (Rodrigo Palacio, 33’/2T). Técnico: Alejandro Sabella.


Local:
Maracanã, no Rio de Janeiro.

Árbitro: Nicola Rizzoli (ITA).

Gols: Mario Götze, 8’/2TP.

Cartões amarelos:
Bastian Schweinsteiger e Benedikt Höwedes (Alemanha), Javier Mascherano e Sergio Agüero (Argentina).

Cartões vermelhos:
Nenhum.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Todos os Campeões do Mundial de Clubes (1960 - 2022)

Diego Armando Maradona: a história da lenda argentina

A história da Copa Challenge International du Nord