Grandes Times: o Real Madrid de 1998-2004




Se nas décadas de 1950/60, o Real Madrid faturou seis Ligas dos Campeões, o clube após a façanha viveu um jejum de 32 anos sem levantar a taça mais cobiçada da Europa. Assim como transformou posteriormente em um mantra a consolidação do projeto "La Decima", em 1998, o clube sonhava com "La septima".

O tabu foi quebrado após a conquista da competição justamente neste ano, em que a equipe merengue venceu a Juventus na decisão por 1x0. E o Real Madrid de 1997/98 tinha a marca de seu treinador, Jupp Heynckes. Era simples, não tanto quanto com Capello, mas muito forte defensivamente. Atuava em um 4-3-1-2, muito forte na esquerda com os apoios de Roberto Carlos e Mijatovic. Já na direita, Panucci atacava menos pelo corredor, com Seedorf e Hierro, fazendo apoios interiores na saída de bola. Raul era o extremo pela esquerda, mas afundava para o meio, e sem a bola, ele e Seedorf fechavam os lados, passando o time para um 4-4-2 bem compacto. Já Morientes, e o reserva Davor Suker, eram os responsáveis pelos gols.




Dois anos depois, em 2000, o clube conquistaria mais uma orelhuda. A base responsável por estas conquistas, deu início à um projeto ainda maior: os galáticos. Ao assumir o cargo de presidente do Real Madrid, Florentino Pérez começou a colocar em prática o objetivo de montar um Dream Team no clube madrileno. Durante sua primeira passagem pelo cargo, ele contratou para o clube, craques com Luís Figo, Zinédine Zidane, Ronaldo e David Beckham.

O escolhido para comandar estas estrelas, foi o técnico Vicente Del Bosque. O comandante acabou tendo grande interferência na equipe, administrando egos e promovendo a ascenção de jogadores canteranos, montando assim uma fórmula de grande sucesso. Se no começo, o seu goleiro titular era César Sánchez, aos poucos o então jovem Iker Casillas, cria da base, foi ganhando espaço, até assumir de vez o posto.

A defesa blanca era liderada pelo capitão Fernando Hierro. Zagueiro clássico, tinha boa antecipação, era imponente no jogo aéreo e fazia muito bem a saída de bola. O seu companheiro era o bom Iván Helguera. Nas laterais, Michel Salgado, o operário do time, atuava pela direita, e na esquerda, Roberto Carlos era o dono da posição. Com um chute forte, o brasileiro era um exímio cobrador de faltas, atacava e defendia com ampla qualidade, e se tornou um dos maiores ídolos da história do clube.

Do meio para frente, eram só craques. O eficiente Claude Makelele era o principal responsável pela contenção, ao lado de Santiago Solari, que muitas vezes jogava aberto, protegendo um dos laterais e começando a armação das jogadas. Guti, Steve McManaman, e Esteban Cambiasso também tiveram passagens pelo setor, mas não tão brilhantes quanto estes dois.

Grandes Times: o Real Madrid de 1998-2004

Solari abria pelo lado, justamente para dar o centro do campo para Zinédine Zidane. O mago francês despejava toda a sua genialidade na criação. Mais na frente, Luís Figo era o típico ponteiro veloz e driblador, embora muitas vezes fechasse por dentro, e marcasse muitos gols. No ataque, Raúl González, um dos maiores artilheiros e jogador que mais atuou na história do Real Madrid, era o líder com toda a sua capacidade de driblar e marcar gols. Seu companheiro, primeiramente foi Fernando Morientes, até a chegada de Ronaldo.

O Brasileiro não estava presente na vitória sobre o Bayer Leverkusen, na final da Champions League da temporada 2001-2002. Naquela ocasião, os merengues bateram os aspirinas por 2x1. Lúcio fez o gol do Bayer, mas Raul e Zidane, com um voleio de fora da área, deram o triunfo ao Madrid.
O fenômeno chegou após a vitória sobre o Feyenoord na Supercopa, e participou da conquista do Mundial de clubes, no Japão, quando o Real derrotou o Olimpia por 2x0. Ronaldo, marcou um gol inclusive. O outro foi de Raúl.

Em 2004, após a perda do título espanhol para o Valencia, o Real viu o surgimento do grande Barcelona de Ronaldinho Gaúcho, que se tornaria a grande equipe espanhola da metade da década. Com a decadência física de alguns nomes, a primeira era Galática foi chegando ao fim, depois de deixar um legado enorme para o clube.

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