Guia da Copa do Mundo 2018: Alemanha

Guia da Copa do Mundo 2018: Alemanha


Desde a derrota da Alemanha para a França na semifinal da Euro 2016, muita coisa mudou no cenário do futebol mundial, alguns favoritos ao título da Copa passaram a ser menos cotados, outros subiram na cotação, mas o time de Joachim Löw se mantém, desde 2010, como uma das melhores seleções do planeta. O time se classificou para a Copa do Mundo com 10 vitórias em 10 partidas nas eliminatórias, marcando 43 gols, um recorde europeu. Além disto, a Die Mannschaft não perde um jogo desde a supracitada derrota para a a França, e conquistou a Copa das Confederações 2017 com uma equipe alternativa, sem as suas estrelas, como Jerome Boateng, Hummels, Manuel Neuer, Toni Kroos, Mesut Özil, Thomas Müller, Gündogan, Marco Reus, e Sami Khedira. Mais do que isto, nos últimos dois anos, novos jogadores foram aparecendo no cenário internacional, como os talentosos Julian Brandt, Leon Goretzka, e Timo Werner, enchendo ainda mais Löw de opções.

Na Copa do Mundo de 2018, a Alemanha pode usar o 4-2-3-1 adotado na Copa do Mundo de 2010 e na Euro 2012, na época tendência mundial, ou o 4-1-4-1, do tetracampeonato mundial em 2014. Joachim Löw também já testou linhas de cinco defensores. Mude o esquema tático, o sistema, ou os jogadores, há, acima de tudo, uma ideia clara de futebol. Desde a base, há muito tempo, as seleções alemãs tem um modelo bem estabelecido de jogo, com linhas compactas, construção a partir de trás, e domínio possessivo, sem deixar de lado a força nas transições. Coisas que podem ser muito úteis no atual cenário do futebol mundial, e costumam marcar as equipes vencedoras. Hoje, os grandes times não são os reativos, ou os propositivos e de muita posse de bola, mas sim os completos. E a seleção alemã, busca ser o mais completa o possível com Löw, não descansando nunca na busca pela excelência.

O gol alemão, hoje gera dúvidas. Manuel Neuer, do Bayern de Munique, era o melhor goleiro do planeta, até se lesionar em 2017, ano em que, Marc ter Stegen, arqueiro do Barcelona, se consolidou como referência na posição, entregando muito, seja com reflexos debaixo das traves, saídas do gol, ou o jogo com os pés, entre outros fundamentos. Löw deverá ter uma dúvida natural entre os dois, que vai além da partida técnica, e pode ser decidida pelo componente físico, após a lesão de Neuer, ou hierarquia. Na defesa, Joshua Kimmich do Bayern de Munique é o herdeiro de Lahm, se destacando pelo seu jogo agressivo, que contribui e entrega muito na fase ofensiva ao time, podendo também executar outras funções em campo, lembrando muito seu antecessor. Mats Hummels e Boateng devem seguir sendo os zagueiros titulares, com Ginter, Rudiger e Sule, estando de olho em uma brecha, até mesmo com uma mudança para linha de cinco. Na lateral-esquerda, há uma certa incógnita de quem será o titular, com Hector e  Plattenhardt disputando a posição.

No meio-campo, Toni Kroos seguirá sendo o ritimista, a dúvida, é se num duplo-pivote, ou como interior, jogando ao lado de Khedira, ou de Rudy, ou formando um trio com os dois, ou com um outro jogador. O certo, é que há controle e infiltração nessas combinações. Mais na frente, Leroy Sané é o principal extremo alemão hoje, mas ficou fora da lista dos 23 escolhidos por Joachim Löw, preterido no elenco por nomes como Leon Goretzka e Julian Brandt, outros jovens valores ainda não prontos, mas de muito potencial. Assim, Mesut Özil e Thomas Müller são as principais opções para as extremas e a meia-central de um 4-2-3-1, podendo também atuar como interiores, em um 4-1-4-1. Mario Gotze, o herói da final no Maracanã contra a Argentina, não estará presente nesta Copa, mas Marco Reus está se preparando para jogar a primeira Copa da carreira, com ele e Gotze tendo sofrido com problemas físicos neste ciclo. No ataque, Timo Werner, jogador de rupturas, é a principal opção, mas o veterano Mario Gomez, homem mais fixo, também está presente no elenco, e até mesmo Thomas Müller poderá ser o comandante do setor. Há capacidade de trabalhar entre as linhas rivais, com controle atrás e movimentação na frente, mas fica a sensação de que os espaços atrás poderiam ser melhor defendidos.

Espere uma Alemanha muito forte nesta Copa do Mundo, como uma das favoritas, ou até mesmo a principal favorita ao título. O time de Joachim Löw não tem lá muita pressão sobre as costas, muitos argumentos e mecanismos para ganhar jogos, e tenta quebrar a escrita dos Europeus campeões de Copa do Mundo. Os últimos três selecionados do Velho Continente foram eliminados na Copa em que defendiam o título (França 1998-2002, Itália 2006-2010, e Espanha 2010-2014). O último europeu campeão do Mundo a avançar de fase, foi a própria Alemanha, campeã em 1990, e quadrifinalista em 1994.



Sistema tático: 4-2-3-1

Craque: Toni Kroos (Real Madrid)

A esperança: Leon Goretzka (Schalke 04)

Técnico: Joachim Löw



Time-base: Neuer; Kimmich, Boateng, Hummels e Plattenhardt (Hector); Rudy, Toni Kroos, Goretzka, Thomas Muller e Reus; Timo Werner.



Lista de convocados para a Copa do Mundo 2018:



Goleiros: Manuel Neuer (Bayern de Munique), Marc-André Ter Stegen (Barcelona, ESP) e Kevin Trapp (Paris Saint-Germain, FRA).

Defensores: Jérôme Boateng (Bayern de Munique), Matthias Ginter (Borussia Monchengladbach), Jonas Hector (Colônia), Mats Hummels (Bayern de Munique), Joshua Kimmich (Bayern de Munique), Marvin Plattenhardt (Hertha Berlim), Antonio Rüdiger (Chelsea, ING) e Niklas Süle (Bayern de Munique).

Meio-campistas: Julian Brandt (Bayer Leverkusen), Julian Draxler (Paris Saint-Germain, FRA), Leon Goretzka (Schalke 04), Ilkay Gündogan (Manchester City, ING), Sami Khedira (Juventus, ITA), Toni Kroos (Real Madrid, ESP), Mesut Özil (Arsenal, ING) e Sebastian Rudy (Bayern de Munique).

Atacantes: Mario Gomez (Stuttgart), Thomas Müller (Bayern de Munique), Marco Reus (Borussia Dortmund) e Timo Werner (RB Leipzig).




Imagem: FIFA.com

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