Grandes Times: o Manchester United de 2008

A história do Futebol


Durante mais de 20 anos, Sir Alex Ferguson fez do Manchester United um clube vencedor, conquistando títulos importantes e marcando época. Se o time dos anos 90 foi o do ressurgimento, o do começo dos anos 2000 foi o da consolidação. Eram tempos de domínio inglês na UEFA Champions League, e foi justamente o brilho dos Diabos Vermelhos que deu o maior sucesso à Inglaterra.

Entre 2006 e 2011, o United se remontou, e formou um novo grande time. A equipe tinha uma defesa muito sólida, um meio de campo capaz, e um ataque fulminante. Com craques como van der Sar, Ferdinand, Vidic, Evra, Carrick, Scholes, Giggs, Rooney, Tévez e Cristiano Ronaldo, a equipe fez história, especialmente em 2008, quando conquistou a Liga dos Campeões, o Campeonato Inglês, a Supercopa da Inglaterra, e o Mundial de Clubes.

Logo após a Copa do Mundo de 2006, o Manchester United consumou a montagem de um grande time, contando inclusive com vários destaques do torneio. Todo o grande time começa por um grande goleiro, e por isto mesmo os Red Devills foram buscar o magnífico Edwin van der Sar, no Fulham. Na sequência, o clube foi até o futebol russo, buscar o zagueiro sérvio Nemanja Vidic, e trouxe também o lateral esquerdo Patrice Evra, e o meia sul-coreano Park Ji-Sung. Eles se juntaram a uma base forte, muito bem orquestrada por Alex Ferguson.



Vidic logo se entrosou bem com Ferdinand na zaga, formando uma das melhores duplas dos últimos anos. O sistema defensivo, que ainda tinha Heinze e Piqué no banco, era extremamente sólido, e dava uma sustentação enorme, assim como o meio-campo, liderado por Carrick, Scholes e Giggs. O escocês Fletcher também era uma peça muito utilizada. No ataque, Cristiano Ronaldo brilhava no corredor direito, e Rooney atuava por dentro. Nani, Saha e Berbatov foram fundamentais em alguns momentos, mas foi após a chegada de Tevez que a equipe ganhou um brilho a mais. O sistema de jogo base era o típico 4-4-2 britânico, mas aqui já não o tão mais direto quanto nos anos 90. O 4-1-4-1, e o 4-4-1-1, também foram muito utilizados.

Na temporada 2005-2006, o United foi eliminado ainda na fase de grupos da UEFA Champions League, e conquistou "apenas" a Copa da Liga Inglesa, batendo o Wigan por 4 a 0, na final disputada em Cardiff, com gols de Rooney (2x), Saha e Cristiano Ronaldo. Enquanto isto, o Chelsea de Mourinho ia tomando o trono na Inglaterra. O Liverpool havia acabado de ser campeão da Champions, e o Arsenal vice. Era hora de se mexer, e voltar a ser forte.

Contudo, a temporada 2006-2007, seria bem melhor. Os diabos vermelhos começaram perdendo o centroavante Ruud van Nistelrroy para o Real Madrid. Nada que impedisse o clube de conquistar o Campeonato Inglês, contando com atuações espetaculares de Cristiano Ronaldo. Autor de 17 gols, o gajo encantou o Mundo, mostrando que já não era mais um adolescente marreto, e sim um craque completo.

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Na UEFA Champions League, o United acabou eliminado só nas semifinais, diante do Milan. Na ida, em Old Trafford, venceu por 3 a 2, mas na volta, no San Siro, sucumbiu diante de Kaká e companhia. Na etapa anterior, havia metido um sonoro 7 a 1 na Roma, em uma das maiores mostras de seu poderio.

Ainda em 2007, o United conquistou a Supercopa da Inglaterra, derrotando o Chelsea nos pênaltis por 3 a 0, após empate em 1 a 1 no tempo normal, e prosseguimento da igualdade na prorrogação. Era a mostra de que mais uma temporada seria inesquecível.

No Campeonato Inglês 2007-2008, o Manchester United lutou pela taça ponto a ponto com o Chelsea, e levou a melhor por apenas dois pontos, em uma campanha com 27 vitórias, seis empates e cinco derrotas em 38 rodadas, com 80 gols marcados e 22 sofridos. O clube teve o melhor ataque, a melhor defesa, e o artilheiro do campeonato, Cristiano Ronaldo, autor de 31 gols.

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Na Champions League, 2007-2008, os Red Devills começaram enfrentando o Sporting, em Lisboa. Cristiano Ronaldo foi revelado pelos leões, e marcou o gol da vitória mancuniana por 1 a 0, mas não comemorou o gol. Na sequência, o time bateu a Roma na Inglaterra, desta vez por 1 a 0, com gol de Rooney, e derrotou o Dínamo de Kiev por 4 a 2 na Ucrânia, com Ferdinand, Rooney e Cristiano Ronaldo (2x), balançando as redes. Ainda goleou o Dínamo por 4 a 0 na Inglaterra, com gols de Piqué, Tévez, Rooney e Ronaldo, fez 2 a 1 no Sporting com gols de Tévez e Cristiano Ronaldo, e já tranquilo, apenas empatou com a Roma em 1 a 1 na Itália.

Já nas Oitavas de final, o Manchester United eliminou o heptacampeão francês Lyon, após empatar fora de casa em 1 a 1, com um gol de Tévez, e vencer na volta por 1 a 0, com um gol de Cristiano Ronaldo. Nas quartas, o United reencontrou a Roma, e com vitórias por 2 a 0 e 1 a 0, em jogos onde o trio Cristiano Ronaldo, Rooney e Tevez marcou, o time voltou às semifinais.

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O adversário nesta penúltima etapa foi o Barcelona. Pela primeira vez, o Mundo parou para ver um duelo entre Lionel Messi e Cristiano Ronaldo na partida de ida, no Camp Nou. O 0 a 0, no entanto, decepcionou um pouco, e na volta, o United venceu por 1 a 0, com um gol de Scholes, se garantindo na decisão, onde iria encarar justamente o Chelsea, seu grande rival inglês na época.


Pela terceira vez na história dois times do mesmo país se enfrentavam na final da Champions League, e pela primeira vez, tínhamos dois ingleses na decisão mais importante do Esporte Rei no Velho Continente. A final aconteceu no Estádio Luzhniki, em Moscou, na Rússia, e terminou com empate no tempo normal e na prorrogação em 1 x 1.

O jogo foi extremamente disputado, com o United começando melhor, e abrindo o placar aos 26 minutos, com um gol de cabeça marcado por Cristiano Ronaldo, após cruzamento de Wes Brown. Os blues empatariam no finalzinho da primeira etapa, com Frank Lampard. O Chelsea esteve mais perto de alcançar o segundo gol na segunda etapa e na prorrogação, embora Ryan Giggs tenha tido uma boa oportunidade para decidir o confronto.


A decisão por pênaltis, foi muito emocionante. Cristiano Ronaldo, o artilheiro da competição e melhor jogador do Mundo naquele ano, acabou perdendo a sua cobrança. O mesmo aconteceria com John Terry, capitão do Chelsea, que deu uma escorregada histórica na cobrança que poderia ter feito o Chelsea campeão europeu pela primeira vez.  O papel de herói coube ao goleiro holandês Edwin Van Der Sar, que ao defender a cobrança de Anelka, deu o terceiro título europeu ao Manchester United, o segundo sob o comando do inesquecível Sir Alex Ferguson.

2007/08: Destino leva United ao título

Os jogadores do Chelsea, na época comandado pelo técnico Avram Grant, caíram em lágrimas de tristeza. Os do United, transbordavam alegria. Cinquenta anos após o desastre aéreo de Munique, Os Red Devils subiam ao topo da Europa, conduzidos ao pódio por Bobby Charlton, um dos sobreviventes da tragédia.


Vídeo da Final da Champions:




Na sequência, o Manchester United disputou a Supercopa da UEFA, e acabou derrotado pelo Zenit por 2 a 1, ficando sem a taça, Depois, aainda bateu o Gamba Osaka nas semifinais, e fez 1 a 0 na LDU na grande decisão, com gol de Rooney, para conquistar o título de campeão do Mundial de clubes.

Ainda na temporada 2008-2009, o Manchester United conquistou novamente o Campeonato inglês, e chegou na final da UEFA Champions League, após eliminar Internazionale, Porto e Arsenal, e cair diante do Barcelona, de Xavi, Iniesta e Messi na grande decisão. Ao final da temporada, Cristiano Ronaldo deixou o clube vendido ao Real Madrid 94 milhões de euros. Nesta época, Ferguson já tinha trocado o 4-4-2 pelo 4-1-4-1 na equipe, com Cristiano Ronaldo como o um do ataque, sendo uma flecha letal.

Sem seu craque, o United perdeu em nível, mas mesmo assim ainda se sagrou campeão da Premier League nas temporadas 2010-2011 e 2012-2013, além de ter alcançado o vice-campeonato da UEFA Champions League em 2011, perdendo novamente a final para o Barcelona. Ainda em 2013, Alex Ferguson se aposentou, causando um alvoroço no Old Trafford. Seus sucessores, David Moyes e Louis van Gaal, não conseguiram fazer o time render, e em 2016, José Mourinho assumiu o comando técnico, na expectativa de recolocar o United no caminho do sucesso.


Time-base: Edwin van der Sar; Neville, Vidic, Ferdinand e Evra; Carrick (Fletcher) e Scholes; Cristiano Ronaldo e Giggs; Rooney e Tevez. Técnico: Alex Ferguson. 

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