Grandes Times: o Vicenza de 1996-1997

O Vincenza é o típico caso do clube meteórico da Itália. Surge, passa anos na instabilidade, explode em seu ápice, e anos depois, vai à falência. Os biancorossi foram os responsáveis por revelar Roberto Baggio ao Mundo, quando o mesmo estreou como atleta profissional, aos 15 anos de idade, quando o clube disputava a terceira divisão. Ele foi peça vital no acesso à Serie B, na temporada 1984-85, conquistando também o prêmio de melhor jogador da competição, pouco antes de ser vendido para a Fiorentina.

Contudo, o Vincenza se viu envolvido em um novo escândalo de manipulação de resultados do futebol da Itália, o Totonero Bis, e teve seu acesso à elite negado, após ficar em terceira na Série B. Além disso, retornou à Serie C. Só voltou à Série B em 1992-93. Em 1995, treinado pelo então jovem treinador Francesco Guidolin, o time enfim conseguiu o retorno à elite do futebol italiano.

Já na temporada 1995-1996, o time conseguiu se estabelecer no meio da tabela da Série A, inclusive batendo times grandes em algumas ocasiões. A equipe treinada por Guidolin, tinha como base o goleiro Luca Mondini, ex-Internazionale, o meio-campista Giampiero Maini, ex-Roma, e o atacante Roberto Murgita, ex-atleta do Genoa. Apesar de tudo, era difícil buscar o título nacional, pois o mesmo era uma corrida de regularidade. Nessa década, o futebol italiano dominou o futebol europeu, Milan, Juventus e Sampdoria, foram campeãs da Champions, os dois primeiros também foram vices, Inter e Lazio ganharam a Copa da UEFA, o Torino foi vice da mesma, e a Roma, montava boas equipes. Mesmo assim, valia a pena sonhar com a Coppa Italia.

O Vicenza começou a Copa da Itália 1996-1997, jogando fora de casa,e venceu o Lucchese, da segunda divisão, por 2 a 1. Depois, nas oitavas de finais, eliminou o Genoa, que também estava na Serie B na ocasião. Fora de casa, empatou em 1 a 1, mas conseguiu avançar com vitória em casa, por 1 a 0. Nas quartas-de-final, eliminou o Milan, então o campeão nacional. Em Milão, o Vincenza empatou em 1 a 1, e na volta, segurou o 0 a 0, avançando no critério do gol fora de casa. Na semifinal, o Vicenza eliminou o Bologna, vencendo com gol de Murgita na ida, e depois, na volta, empatando em 1 a 1.

Após eliminar Monza, Pescara, Lazio e Internazionale, o Napoli, de Roberto Ayala, André Cruz e Alain Boghossian, era o outro finalista. No San Paolo, o time partenoppei venceu por 1 a 0, mas , no estádio Romeo Menti, o Vicenza devolveu o placar, com um gol oriundo de cobrança de falta, que Maini, de cabeça, mandou para o fundo das redes, levando a decisão para a prorrogação. Nela, com dois gols, o Vicenza era campeão da Coppa Itália, alcançando o maior feito de sua história recente.

O Vincenza terminou a Série A em oitavo lugar, e com o título da Coppa Italia, o clube se classificou para a disputa da Recopa Europeia de 1997-1998. Perdeu a Supercopa da Itália para a Juventus, mas no torneio continental, eliminou o Legia Varsóvia (vencendo por 3 a 1, no agregado), o Shakhtar Donetsk (vencendo por 5 a 2 no agregado) e o Roda (vencendo por 9 a 1 no agregado). Nas semifinais, caiu diante do Chelsea, do jogador-treinador Gianluca Vialli. Em casa, venceu por 1 a 0, mas perdeu fora, com gols de Gustavo Poyet, Zola e Mark Hughes, por 3 a 1.

Na Série A, quase veio o rebaixamento, que aconteceu na temporada 1998-99. O Vicenza até voltou à elite no ano seguinte, mas foi rebaixado de novo, e desta vez, não subiu mais o elevador. Em 2018, o clube declarou falência, foi para a Série D, e trocou de nome, de Vicenza Calcio, para L.R. Vicenza Virtus.